quarta-feira, 5 de agosto de 2009

O CALVÁRIO DA ECONOMIA TOMARENSE


Quem quiser investir em Tomar pode ter uma antecipada certeza: encontrará na Câmara Municipal e no PSD um acérrimo adversário que tudo fará para que o investidor procure Abrantes, Torres Novas, Ourém, Fátima ou qualquer outro concelho limítrofe.

Investir é arriscar capital num negócio. Quem arrisca capital num negócio quer legitimamente uma remuneração do seu capital. Vantagem: de caminho cria emprego, cria produção, cria valor acrescentado e contribui para aumentar a produtividade e a riqueza do concelho.

Com o declínio das indústrias tradicionais de Tomar, que aliás não é um exclusivo de Tomar mas também sucedeu noutros locais, impunha-se a clarividência municipal de facilitar o investimento. Mas não. A Câmara é insensível ao fecho sucessivo de empresas, ao aumento incessante do desemprego no concelho, ao aumento da pobreza. Não é por isso de estranhar que, segundo o estudo “Indicador Sintético de Desenvolvimento Económico e Social ou de Bem-Estar dos Municípios do Continente Português“, elaborado por José Pires Manso e Nuno Miguel Simões, da Universidade da Beira Interior, o concelho de Tomar tenha passado do 99º lugar para um tristonho e revelador 130º lugar, entre os 278 municípios do Continente, apenas a 16ª posição entre os 21 concelhos do distrito de Santarém.

Esta situação nasceu ontem? Não. Resulta de uma sequência de políticas erradas na Câmara Municipal, independentemente dos factores de política geral e de funcionamento da economia, que não serão todos imputáveis aos responsáveis municipais.

Perante isto, conclui-se facilmente que Tomar precisa de uma Câmara amiga do investimento, do emprego e da riqueza. Para o PSD investimento é fundo do Estado ou da União Europeia. E sabemos bem que quem precisa de fundos públicos perde liberdade e cria dependência. É isso que o PSD quer para perpetuar o seu esgotado e muito mais socialista do que parece, poder autárquico.

A economia privada não existe. Todas as tentativas de investimento privado relevante em Tomar nos últimos anos têm sido travadas pela Câmara com exigências absurdas e obstáculos que afugentam o mais paciente empresário. O resultado é o que todos vemos à nossa frente: uma profunda crise económica e social no concelho de Tomar, que é anterior à crise económica mundial que estamos a viver.

Há alternativa. Tomar em Primeiro Lugar, depois os partidos.

Jorge Ferreira

(Publicado na edição de amanhã de O Templário)

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