O advogado Jorge Ferreira, do Partido Nova Democracia (PND), é o primeiro subscritor de um movimento de cidadãos que se propõe concorrer aos órgãos autárquicos de Tomar nas eleições de 11 de Outubro. Jorge Ferreira, a residir há um ano em Tomar, em cujo Instituto Politécnico é professor há 10 anos, disse que o que o levou a juntar-se a outras figuras com ligações a Tomar foi o facto de o concelho ter "estagnado" tanto do ponto de vista económico, como social e cultural. "Há outros concelhos do distrito a ultrapassar Tomar nos vários indicadores e é preciso tentar alterar isso", disse, sublinhando que a democracia permite que os cidadãos possam concorrer aos órgãos autárquicos, que têm poder de decisão nestas matérias. A assinar o manifesto "Tomar em Primeiro Lugar" estão ainda personalidades como o professor universitário e ex-governador de Setúbal, Luís Graça, e o empresário e ex-secretário de Estado num dos Governos de Cavaco Silva, António Lourenço, além de outras pessoas também com ligações ao PSD, mas igualmente ao PS, sendo, contudo, "a maioria sem partido", disse. Para Jorge Ferreira, é lamentável que Tomar, cidade detentora de um monumento património da Humanidade (o Convento de Cristo), não tire proveito desse facto, nem do ponto de vista turístico nem económico. "Esta Câmara Municipal parou no tempo" e o PSD, que tem gerido a autarquia nos últimos anos, "tem grandes responsabilidades", disse, criticando a autarquia pela dificuldade que cria a novos investimentos. "O investimento que existe no concelho é público, com tudo o que isso implica, e não houve capacidade para atrair e facilitar novo investimento privado que substituísse a decadência das empresas tradicionais, que têm vindo a fechar", acrescentou.
O manifesto, subscrito por 21 pessoas, afirma que o movimento, que já iniciou o processo de recolha de assinaturas com vista à sua legalização, quer "devolver" a Câmara aos tomarenses, "atrair investimento, emprego e riqueza", e tornar Tomar "uma capital cultural internacional". Jorge Ferreira disse que as pessoas que o acompanham ou residem no concelho ou são naturais de Tomar que "tiveram que sair para ter sucesso", mas que mantêm os laços. "Com a existência do Politécnico, muitos ficam sobrequalificados para a dimensão da economia local, que estagnou, pelo que tiveram que sair", porque a autarquia "não responde aos problemas das pessoas, que "estão fartas", o que as motiva a intervir, disse, sublinhando o facto de Tomar ser provavelmente o único concelho do país com duas candidaturas independentes nas próximas autárquicas.
Com a chegada do poder local democrático, a Câmara Municipal de Tomar começou por ser liderada pelo PS, em 1976, tendo passado para a Aliança Democrática de 1979 a 1985, ano em que venceu o PSD, regressando ao PS em 1989 e de novo ao PSD em 1997, com o independente António Paiva. Com a assumpção de funções executivas no Programa Operacional do Centro no início de 2008, António Paiva deixou a liderança do município ao actual presidente Corvêlo de Sousa, que é o candidato do PSD à eleição de Outubro. Pedro Marques, que protagonizou a gestão PS entre 1989 e 1997, volta a liderar a candidatura dos Independentes por Tomar, que em 2005 conquistou dois lugares no executivo autárquico. O actual executivo conta com quatro eleitos do PSD, dois independentes e um do PS.
Fonte: Lusa.
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