quinta-feira, 3 de setembro de 2009

PROMESSAS E REALIDADES

"Quem decidiu entrar na competição eleitoral em Tomar tem um adversário natural: o PSD e a sua desastrosa gestão do concelho nos últimos doze anos. Quem não percebe este facto elementar e prefere distrair-se com pormenores laterais está a beneficiar o PSD e o situacionismo clientelar que criou em Tomar. Mas cada um sabe de si e, como se costuma dizer, Deus sabe de todos. O PSD concorre, aliás, através de duas candidaturas diferentes: a do próprio PSD e a de um alegado CDS que tem como cabeça de lista um vereador do PSD, tão responsável pelo desastre dos últimos anos como os seus ex-colegas de partido, do qual saiu de resto, apenas porque não teve lugar nas listas, mostrando assim a força das suas convicções de ontem e de hoje. Eça de Queiroz e Ramalho Ortigão já escreveram tudo sobre este tipo de política pequenina.

Mas o que interessa verdadeiramente aos eleitores é a substância das ideias e a credibilidade dos candidatos. Nos dias que correm é oportuno lembrar que o PSD tem sido mestre em promessas, mas um desastre nas realidades. Apenas três exemplos.

Há alguns anos, o PSD prometeu um parque temático em Tomar. Típica promessa para eleitor ver. Onde está ele, que ninguém o vê? Onde se esconderam os investidores? Em que gaveta foi esquecida essa promessa? A verdade é que o parque temático virou esquecimento e até hoje ninguém pediu responsabilidades por essa ilusão eleitoral falhada.

Há alguns anos o PSD decidiu construir uma fonte cibernética numa rotunda onde deviam estar mil outras coisas, mas nunca aquilo que lá está. Gastaram-se milhões. A fonte está lá. A cibernética, mal se vê. Agora, o PSD quer tirar a fonte cibernética e pôr lá qualquer coisa. Presume-se que se vão gastar mais uns milhões. Quem paga são sempre os mesmos. Mas quem gasta passa incólume, sem ser responsabilizado pelos desastres estéticos e pelo desvario no gasto.

Há alguns anos o PSD decidiu fechar o parque de campismo. O parque era fonte de turismo e de receitas, tão necessárias à economia local. Alegou na altura que o encerramento se devia ao facto de ser necessário realizar umas obras. Acresceram algumas birras pessoais, com as quais o PSD sempre teve a arte de confundir a nobre política autárquica. Perderam-se milhões com a inépcia e com a birra. Os campistas rumaram para outras paragens e abandonaram Tomar. Coincidentemente, aliás, com o que aconteceu com muitos tomarenses que também tiveram de abandonar Tomar em busca de emprego, de carreira, de rendimento e de futuro. Agora, na véspera de eleições o parque lá reabriu. Quem responde pelos prejuízos que o encerramento do parque durante tantos anos causou à economia local?

A resposta é ninguém. Os responsáveis por estas situações andam por aí como se nada fosse. O perigo é que são reincidentes e estão de novo a pedir o voto. Seria muito saudável para o futuro de Tomar que o eleitorado decidisse deixar de ir em cantigas repetidas. O PSD precisa de uma longa cura de oposição e de uma profunda renovação. Tomar precisa de um novo presente e de construir um futuro de desenvolvimento e progresso. Podem começar-se as duas coisas já em 11 de Outubro."
Jorge Ferreira

(publicado na edição de hoje de O Templário)

3 comentários:

Anónimo disse...

Excelente texto. Concordo em absoluto. Tenho votado CDS mas recuso-me votar neste Ivo. Vou votar TPL!

Cristina Pereira

Anónimo disse...

Oh Jorge mas gastaram-se milhões na cibernética? Que milhões? A cibernética ficou em 100.000 euros. Isto são milhões? Só de cêntimos! Ai os números não são o teu forte.

Anónimo disse...

A fonte cibernética custou em 2002 500 mil euros e tem um custo mensal de manutenção de 2000 euros pelo que até hoje já custou cerca de 668 mil euros. A este valor deve ainda ser acrescentado o preço de reconstrução da rotunda.

Seja qual for o preço final, o que é certo é que a brincadeira já custou cerca de 600 mil euros os quais fazem falta neste momento à Câmara para atenuar divida que a estrangula.

AS.