segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Museu dos Tabuleiros – Parque da Cidade*

Tomar vive na sombra do Convento, olhando para cima, “vendo passar” quem para aí vai.
Ha muito que o povo de Tomar e o Convento vivem de costas voltadas.
O que se passa lá em cima é lá com eles, o que se passa cá em baixo algumas vezes é connosco. Ou seja nunca as populações de Tomar tiveram voz activa ou capacidade para determinar o que quer que fosse em relação ao Convento, nunca quem manda lá em cima se preocupou em saber se a relação com a cidade é a relação certa de interesse comum.
A crise recente em que mergulhámos fez com que nos apercebêssemos que o filão é tangente à cidade. Passa ao lado mas não entra.
150.000 visitantes chegam e passam pelo Convento, angustiam-se com o estado lastimoso em que se encontra a sua envolvente e com os perigos que correm até lá chegar, enjoam-se com os cheiros que o envolvem, passam fome por aí não ter onde almoçar ou jantar, e deitam-se certamente não em Tomar, adormecendo com a certeza da insatisfação e da frustração de um dia mal passado, e de uma história mal contada.
Anunciaram-se medidas que resolverão a situação. Esperemos.
O grande desafio que se nos coloca nesta hora e neste momento é saber, mantendo o primado do Convento sobre a cidade histórica, como valorizá-la e viabilizá-la no contexto de crise neste inicio de século.
Como é isso possível?
Criando na cidade equipamento com grande significado histórico e cultural, com equivalente apetência mediática, com grande vocação turística e lúdica, que complemente explore e valorize o que o Convento nos trás.
A solução consiste na criação do Museu do Tabuleiro, emblemático, integrado no Parque da cidade que urge construir.
Determinante para o sucesso do projecto é a sua localização, que se propõe seja na Fábrica de Fiação e na sua área envolvente, englobando todos os equipamentos e áreas verdes, até ao núcleo histórico de Tomar, e no sentido contrário até ao Açude de Pedra.
O Museu do Tabuleiro que se propõe e se idealiza será um Museu de características únicas, lúdico e educativo, emblemático e vivo.
Imaginem:
- O enquadramento histórico, e as origens pagãs.
- A símbologia das Coroas, o culto do Espírito Santo e o seu imaginário.
- Um Museu onde se instalarão oficinas de latoaria, cestaria, e confecção de flores de papel para as ruas e Tabuleiros, englobando todo o artesanato com ele relacionado.
- O papel e a sua tradição relacionada com a industria de Tomar.
- O Bodo, o pão, a carne e o vinho.
- Os Mordomos, os foguetes e as bandas.
- Os artesãos e o trabalho comunitário para a decoração das ruas.
- Um Museu, didáctico, educativo, com uma relação forte com as escolas e que proporcionará o enraizar de costumes que correm o risco de se perder.
- O povo das freguesias rurais e urbanas e o seu empenhamento no esforço colectivo.
- Um Museu Vivo, com simulação de percursos, com música, com alma com cor e com vida.
É difícil de imaginar projecto com tamanho potencial:
- Uma temática única.
- Uma relação directa de compromisso com património de interesse universal, o Convento de Cristo.
- Um enquadramento paisagístico com uma relação muito forte com o Rio Nabão os Açudes e a Vala da Fábrica da Fiação.
- Uma articulação e continuidade com o Núcleo Histórico de Tomar.

A implementação de um projecto desta natureza, pode ser assumida pela autarquia, por consórcios privados, ou por parceria público – privada.
O projecto que se propõe, define com rigor um Parque da Cidade
- Implica a construção de equipamentos hoteleiros.
- Implica a construção de equipamentos de restauração.
- Implica a construção de equipamentos lúdicos e recreativos.
- Implica investimentos avultados.
- Provoca a criação de muitos postos de trabalho. Cria riqueza.
- Traz para a fruição da cidade toda a Vala da Fábrica de Fiação.
- Viabiliza e mantém as Hortas existentes como exemplo vivo
- Viabiliza a recuperação do que historicamente tem interesse na Fábrica de Fiação.
- Viabiliza o comércio no núcleo histórico, criando riqueza e emprego.
- Viabiliza a Moagem e os Lagares d’El Rei.
- Valoriza o Convento na sua nova relação com a cidade.
- Aumenta a qualidade de vida e a auto estima e orgulho dos Tomarenses, na sua cidade.



*Projecto apresentado em conferência de imprensa realizada na sede de campanha no dia 28 de Setembro de 2009


Sem comentários: