quinta-feira, 23 de julho de 2009

AFASTADOS DE TODO O PROCESSO DE DECISÃO E PRIVADOS DE INFORMAÇÃO


Veio recentemente a público o valor gasto pela Câmara Municipal de Tomar em publicidade, assessorias de imprensa e agências de comunicação entre 1 de Janeiro de 2008 e 31 de Março de 2009. Durante este período a Câmara gastou a módica quantia de 200 mil euros (40 mil contas em moeda antiga) em comunicação. Quem olhe para estes números e não conheça a realidade Tomarense poderá pensar que os cidadãos nabantinos andam bastante informados acerca das actividades e projectos camarários. No entanto, esta é precisamente uma das grandes lacunas do concelho, a câmara vive virada para si mesmo afastando os cidadãos não só dos processos de decisão como da própria informação acerca do que se passa e do que se vai passar.

Exemplos disto são os projectos anunciados recentemente, o Programa Estratégico Rede Mosteiros Património da Humanidade e o Programa Integrado de Valorização Urbana de Tomar. Quando procuramos, por exemplo, no sítio da Câmara na internet (www.cm-tomar.pt) encontramos em relação ao primeiro uma pequena apresentação, em powerpoint, do programa mas sem grande informação acerca do que vai ser feito. Já em relação ao Programa Integrado de Valorização Urbana de Tomar não se encontra, à data, qualquer referência no sítio da câmara.

Quanto à imprensa foram publicadas umas notícias a anunciar que com o projecto “pretende-se revitalizar as zonas que englobam os principais valores patrimoniais da cidade, através do melhoramento das acessibilidades da envolvente do Convento de Cristo, nomeadamente a sua iluminação, revitalização do centro histórico, e frente ribeirinha” (Templário, online) e ainda uns anúncios encomendados pela câmara que apresentam estes projectos como os grandes motores de desenvolvimento da cidade de Tomar.

A nós, cidadãos comuns, que não temos acesso facilitado aos programas resta-nos sonhar com a qualidade dos referidos uma vez que nos encontramos afastados de todo o processo de decisão e privados de informação.


André Escórcio Soares

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